O nome Brumadinho deve-se ao fato do local estar próximo a antiga vila de Brumado Velho, que por sua vez, teria sido assim denominada pelos bandeirantes por causa das brumas comuns em toda a região montanhosa em que se situa o município, especialmente no período da manhã.
A região situada no Maciço do Espinhaço e inicio do Tabuleiro do Oeste começa a ser colonizada quando os “insubmissos” da Guerra dos Emboabas se dirigem para a área, fugindo da repressão, a fim de garimpar ouro, livres dos elevados tributos da Coroa. Em consequência das Bandeiras Organizadas para desbravar o território, vários territórios foram fundados na Região do Vale do Paraopeba e Vale do Rio das Velhas. Essas localidades constituíam-se, inicialmente, de núcleos de abastecimento para as bandeiras, consolidando-se como pouso de tropeiros, e o local de levantamento de mantimentos.
Neste contexto, formaram-se as localidades de São Jose do Paraopeba, Piedade do Paraopeba e Brumado do Paraopeba (atual distrito de Conceição do Itaguá), que fazem história da primeira fase da história de ocupação do território de Minas Gerais.
O início da ocupação do território que hoje pertence ao município de Brumadinho parece ter ocorrido com as bandeiras que desbravaram Minas Gerais a procura de ouro e demais metais preciosos que favoreceram o surgimento de povoados a partir do último quartel do século XVII. Nesse contexto surgem os povoados de Piedade do Paraopeba, São José do Paraopeba e Brumado do Paraopeba, atual Conceição de Itaguá.
Já no início do Século XX a construção do Ramal Ferroviário do Vale Do Paraopeba acaba por fomentar o surgimento de um povoado no entorno da estação ferroviária de Brumadinho e das casas do entorno onde inicialmente se instalaram os operários da ferrovia. O povoado recebe o nome de Brumadinho em alusão a antiga vila de Brumado do Paraopeba de onde se originou parte de seus primeiros habitantes.
Localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o município de Brumadinho se destaca como uma das cidades mais importantes do turismo de Minas Gerais. Com uma área de mais de 639,434 km² em extensão territorial, sendo um dos maiores municípios do Estado, Brumadinho possui inúmeras atividades que aguçam a curiosidade do turista, que encontra na região hospitalidade, tradições culturais, gastronomia variada e um clima agradável.
A história de Brumadinho está dividida em duas fases: a primeira no final do século XVII e início do século XVIII, com a ocupação do Vale do Paraopeba pelos bandeirantes. Nesse período, surgiram os povoados de Piedade do Paraopeba, São José do Paraopeba e Brumado do Paraopeba.
A segunda fase se inicia com a construção da linha férrea e a Estação Ferroviária inaugurada em 1917, que possibilitou a vinda de muitos trabalhadores, dando, assim, origem à cidade de Brumadinho. O povoado recebe este nome em alusão à antiga Vila do Brumado do Paraopeba e as brumas comuns em toda a região montanhosa.
Piedade do Paraopeba (palavra de origem indígena, na língua tupi, significa rio do peixe chato). está localizada a 40 km ao sul de Belo Horizonte, no sopé da histórica Serra da Moeda, com entrada a direita logo após a Lagoa dos Ingleses. Um dos povoados mais antigos de Minas Gerais cuja Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade do Paraopeba é datada de 1729. Vimos pela data da chegada dos bandeirantes,
pelos idos de 1674, que a Vila de Piedade do Paraopeba é mais antiga que Ouro Preto, Mariana, Sabará e todas as outras cidades históricas de Minas Gerais e que possui uma igreja inaugurada em 1713.
Em Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho, a devoção a Nossa Senhora da Piedade remonta às primeiras décadas do século XVIII. A imagem original que ocupa o altar mor da atual Matriz, entalhada em madeira, foi adquirida em Portugal em 1731.
Chegou ao antigo arraial em uma liteira e ocupou seu lugar de honra na singela capelinha que se transformaria mais tarde numa das imponentes edificações religiosas da arquitetura colonial mineira, das primeiras décadas do século XVIII.
Piedade do Paraopeba continua a fazer história, pois foi em seu território e cachoeiras, a primeira reunião de hippies do país, contestadores e pioneiros da nova ordem social, pelos idos dos anos 60.
Muitas das festas religiosas que ocorrem na região são celebradas há centenas de anos. As festas religiosas de devoção a Nossa Senhora do Rosário tiveram origem no Brasil colônia e se deve as contribuições da cultura africana. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Negros é a principal associação fundada por africanos e seus descendentes. Esta Irmandade engloba os santos negros: Nossa Senhora Aparecida, Santa Efigênia e São Benedito. Na região da Serra da Moeda havia um expressivo número de escravos e de afro descendentes, por isso há a presença significativa de festas em homenagem a esses Santos. Geralmente, ligados a estas celebrações estão manifestações como as cavalhadas, as danças de Congo, de Marujos e de Moçambique.
O Distrito atualmente dispõe de rampa para salto de asa delta, e circuito de moutain bike. Somando-se a isso, existem vários haras de criação de cavalos para hipismo rural, além de escolas de equitação. Entre muitas outras atrações para agradar aos visitantes, Piedade do Paraopeba é também rico em destilarias, destacando-se a Destilaria Pedra do Cedro, fabricante das cachaças Segredo do Patriarca e Domina Suave, a primeira cachaça feminina do Brasil. Hoje, todo o entorno do Distrito, passa por muitas transformações, mas ainda preserva áreas de mata atlântica e se prepara para receber turistas, mostrando sua história, cultura e as belezas e riquezas naturais. É possível fazer caminhadas pelas trilhas históricas, passeando pelas belas montanhas e pelos vales dos vários ribeirões, além de poder tomar refrescantes banhos de cachoeira.
Datada de 1713, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade é considerada o maior símbolo histórico-cultural e religioso do Município. Segundo os relatos históricos, o Distrito de Piedade do Paraopeba teria recebido os primeiros moradores por volta do século XVII, o que reafirma a tese de que a região seria uma das primeiras vilas do Estado de Minas Gerais. Com elementos da arquitetura colonial, o templo possui ricos detalhes na construção dos altares em estilo setecentista. São 300 anos de história religiosa. A celebração mais importante é o Jubileu de Nossa Senhora de Piedade, realizado sempre no dia 8 de setembro, uma tradição de mais de 100 anos.
Conta-se que Dona Bárbara Heliodora, muito devota de Nossa Senhora da Piedade, mandou esculpir na França, uma imagem que doou à Matriz de Piedade do Paraopeba. A escultura da madona, em peça inteiriça de madeira de lei, carvalho branco talvez, guarnece o altar-mor da igreja.
Localizada no alto da Serra da Moeda, no povoado de São Caetano da Moeda (Moeda Velha). Construída nos idos de 1720, onde se cunhavam moedas de ouro no intuito de sonegar o quinto real. Originou-se daí o nome da Serra.
A Coroa Portuguesa cobrava altos impostos, daqueles que exploravam ouro e pedras preciosas na província. Para evitar o não pagamento do quintos pelo ouro, a sonegação passou a ser grande, até mesmo porque todos os impostos recolhidos não traziam nenhum benefício para a região.
Em 1719, ficou acordado que seriam criadas casas de fundição, para que todo o ouro fosse transformado em barras e recebessem o selo da Coroa, evitando assim o transporte do ouro em pó, que era muito mais fácil de ser levado de forma clandestina.
Foi exatamente para driblar o fisco da Coroa Portuguesa, que foi criada para fazer a Casa de Fundição Falsa, na encosta, da então Serra do Paraopeba. Por volta do ano de 1720, a casa de moedas falsas, passou a funcionar, graças aos cunhos que foram roubados de casas de fundições oficiais da Coroa.
A casa também era conhecida como “Fortaleza”, pois possuía um grande aparato bélico, que mantinha, os vizinhos e curiosos afastados.
As Ruínas do Forte de Brumadinho, uma enorme edificação feita de pedras e que teria sido usada durante o século XVIII como entreposto comercial, está situado no topo de um morro na encosta oeste da Serra da Calçada, que garantia a visibilidade dos arredores.
As ruínas do Forte de Brumadinho constituem uma construção quadrangular, com aproximadamente 50×40 metros de comprimento. No seu interior há uma construção menor, também de pedra. As muralhas externas têm apenas uma abertura na frente: uma porta de 3,60 metros de altura e 2 metros de largura. A casa interna tem duas portas, à frente e atrás, e seis janelas laterais. Tudo em pedra maciça e retangular, chegando alguns blocos a 1,50m de comprimento.
O Forte de Brumadinho é a edificação mais evidente de um conjunto de vestígios arqueológicos que compõem o sítio da Serra da Calçada.
De acordo com a Revista Sagarana “a edificação principal domina a encosta oeste da Serra da Calçada, permitindo o controle visual dos caminhos trilhas da região e de seus principais marcos naturais, a partir de uma construção de paredes de pedras de grande volume e fechamento hermético, com sua única entrada apontada para leste, o que favorecia a defesa.”
Localizado a 30 km de Brumadinho, situada no Distrito de São José do Paraopeba, a história do povoado do Sapé é rica em cultura, história e folclore.
O Quilombo do Sapé, é onde vive uma comunidade de negros que se reuniu no local após a libertação, mantendo fielmente as tradições até os dias de hoje. Para quem se interessa em apreciar manifestações culturais, este local é uma ótima pedida.
Foi construída por ex-escravos e seus descendentes ainda cultivam muitos costumes herdados de seus antecessores.
Vale esclarecer que a denominação “quilombo”, neste caso, é imprópria. “Quilombo” significa uma comunidade formada por escravos fugidos. Mas não foi o que ocorreu em Sapé, uma vez que este teve origem no final do regime escravista.
Com aproximadamente 50 casas, possui uma capela dedicada a São Vicente de Paulo, situada no povoado onde existiu um “Quilombo” de Negros, cujos descendentes ainda preservam os costumes e tradições culturais.
A história de Brumadinho se mistura com a cultura afro-brasileira. Depois de séculos, o Município ainda preserva as raízes da cultura afrodescendente. As comunidades de Marinhos, Ribeirão, Rodrigues e Sapé formam a região quilombola, que teria surgido em meados do século XVIII, quando o fazendeiro e dono de escravos Jacinto Gomes do Carmo, doou uma pequena parte da propriedade ao escravo João Borges. Passado algum tempo, outros negros da região foram morar nas proximidades, em casas feitas de pau a pique e sapé, daí a origem do nome “sapé”. As comunidades que compõem o Quilombo do Sapé mantêm vivas até os dias de hoje, as tradições e costumes da cultura afrodescendente.
Considerada uma das primeiras instituições educacionais de Brumadinho, a Casa da Cultura Carmita Passos foi decisiva para a formação cultural dos moradores da cidade.
Na década de 30, o espaço começou a ser usado como o Grupo Escolar Padre Machado, tendo sido mais tarde sede de duas outras escolas do Município.
O nome “Carmita Passos” é uma homenagem à ex-professora da Escola. Desde 2004, o prédio passou a abrigar a “Casa da Cultura Carmita Passos”.
Atualmente o espaço promove exposições e diversas atividades culturais. Além disso no local também funciona o CAT- Centro de Atendimento ao Turista.
A Estação Ferroviária de Brumadinho é o grande símbolo da segunda fase da história da cidade.
Inaugurada em 1917, a construção da estação, assim como da linha férrea possibilitou a vinda de muitos trabalhadores, dando assim origem às primeiras habitações e povoados da atual região central de Brumadinho.
A estação pode ser considerada um rico, belo e importante exemplar da arquitetura do século XX, e é um monumento que marca o pioneirismo e o desenvolvimento da cidade.
A meio caminho das barrancas do Rio Paraopeba, resiste ao tempo, mesmo abandonada pelo poder público que a tombou, mas não honrou nem conservou, a bela e histórica Fazenda Martins, com sua capela barroca, a senzala e o pelourinho e, por ali mesmo, bem pertinho, existe um povoado ainda hoje chamado de quilombo, cujo nome é Sapé, que guarda alguma identidade com os antigos povoamentos de escravos fugidos, pois mantém costumes próprios de sua raça e cultura, até os nossos dias.
Construída em 1730, a Fazenda dos Martins é uma das habitações rurais mais antigas de Minas Gerais. Tombado em 1977 pelo IEPHA, como patrimônio público estadual, o casarão passou por várias intervenções desde o seu tombamento. Erguida em alvenaria de pedra e paredes em pau a pique, a edificação tem dois salões, quatro quartos e um corredor central, além de varandas apoiadas em esteios aparentes, onde, na lateral esquerda, um cômodo é destinado à capela. Segundo relatos históricos, a construção está ligada à história do Quilombo Sapé e teria sido erguida por escravos. No pátio da fazenda existe um espaço, todo calçado de pedras, local que teria sido usado na época como Senzala, onde os escravos eram mantidos.
Situado no município de Brumadinho, o Instituto Inhotim é um dos mais importantes centros de arte contemporânea do mundo. Com uma área de visitação de 140 hectares, o Inhotim é uma junção de jardim botânico e um acervo com mais de 200 obras de arte contemporânea em exposição nas 22 galerias e jardins. Aberto em 2006, o Museu já recebeu mais de 2 milhões de visitantes. Além das alamedas cobertas de palmeiras raras, o turista se encanta com os famosos bancos do artista plásticos Hugo França, em meio a uma arquitetura inovadora. O visitante tem acesso a obras de mais de 100 artistas brasileiros e estrangeiros, que compõem o acervo de mais de 800 peças.
Em uma área de 97 hectares, o Jardim Botânico conta com diversas coleções botânicas entre as quais se destacam a de Aráceas, uma coleção de orquídeas da espécie Vanda, com 350 indivíduos de diferentes espécies e, ainda, uma das maiores coleções de palmeiras do mundo com mais de 1.400 espécies. Pesquisas e projetos botânicos e paisagísticos são desenvolvidos em parceria com órgãos governamentais e privados.
Entre as montanhas, o turista se depara com locais fascinantes. Ao longo do Município, principalmente na Serra da Moeda e no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, é possível encontrar os famosos MIRANTES e locais ideais para deslumbrar a natureza e acompanhar um entardecer único e mágico.
Entre os pontos mais visitados na região estão: o Mirante Morro das Três Pedras, Mirante do Planeta, Mirante Morro dos Veados, todos esses dentro do Parque Estadual do Rola-Moça e o Mirante do Topo de Mundo, conhecido pelos praticantes do voo livre como um dos melhores locais do Brasil para prática deste esporte.